8 de set. de 2011

Planeta dos Macacos: A Origem (2011)





Cuidado! O texto abaixo contém alguns spoilers!

Em meio ao mar de lançamento de filmes apenas com características comerciais ou relançamentos com o objetivo de lucrar em cima de prelúdios ou sequências de um sucesso de bilheteria. Este Planeta dos Macacos tinha tudo para seguir à risca o que eu falei e que é o script de momento, infelizmente, nos grandes estúdios.

No entanto, "Planeta dos Macacos: A Origem" consegue unir um bom roteiro com efeitos e sons incríveis, oferecendo ao espectador uma diversão inteligente e ainda deixando o mesmo, com vontade de assistir o filme original, um aspecto positivo para um prelúdio.

A história do filme em si, se assemelha a uma das sequências do primeiro, "A Conquista do Planeta dos Macacos" lançado no início da década de 70, porém a explicação dada para a origem dos acontecimentos, é um pouco diferente, em especial por parte da aparição de Caesar, já que no filme antigo, envolve uma viajem no tempo dos seus pais símios a Terra do século XX em vez de um experimento de genética molecular com macacos como ocorre no novo.

No filme, os humanos em busca da cura para doenças  como o Alzheimer, fazem experimentos com macacos injetando neles uma dose de ALZ112, que os deixa com uma inteligência aguçada e melhorias notáveis em algumas de suas habilidades, entretanto um acidente com um dos macacos põe em risco este projeto. Mas Will Rodman (James Franco) não está interessado em encerrar as suas pesquisas por desejar muito a cura do Alzheimer que atinge seu pai e vê no bebê do macaco que estava sendo submetido ao experimento com o ALZ112, esta mesma substância e ainda, a chance dele de continuar o projeto em casa.

Andy Serkis (Gollum em O Senhor dos Anéis), está perfeito como Caesar, dando vida e carisma ao personagem. Agindo muito bem quando está sozinho na tela e melhor ainda em grupo. James Franco não comprometeu, mas convenhamos que não foi nenhuma grande atuação e confesso que esperava mais dele, pela boa atuação que teve em "127 Horas". Freida Pinta (Quem Quer ser um Milionário?) quase não aparece, no entanto, das vezes que apareceu, não fez feio. Os atores que estiveram muito bem, além do incrível Andy Serkis, foram Tom Felton (Harry Potter) e John Lithgow (indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Laços de Ternura).

O filme apresenta diversas questões a serem debatidas e críticas como os perigos da genética, a utilização de animais em experimentos científicos e o tratamento dos mesmos dado pelos humanos. O roteiro é estimulante e não comete o erro de focar demais no romance entre Caroline (Freida Pinto) e Will Rodman, dando destaque ao desenvolvimento dos símios, muito bem representados na tela. Embora ache que a criação de Caesar, onde começa a formação do laço familiar entre este, Will e Charles (pai de Will), devesse ser mais explorada, já que se torna um pouco corrida na trama e que poderia ser feita para dar uma emoção maior no reencontro dos personagens.

Uma qualidade do roteiro e talvez alguns não concordem comigo, foi o fato de não haver "mocinhos" e "vilões". Os símios lutam pela liberdade e os humanos para defender a cidade e ainda almejando a cura de diversas doenças no caso dos experimentos com os macacos, que por sua vez não querem ser tratados daquela forma, porém só após ganharem um "pensamento racional", que foi dado pelos humanos, eles realizam uma rebelião. Claro que há aqueles humanos que pensam mais no dinheiro, como é o caso de Steve Jacobs no filme e no entanto, há aqueles que querem salvar vidas, com curas para doenças. Não existe um bem ou mal absoluto e também é assim com os símios, vingativos, com ódio e ainda assim capazes de não matar humanos como é o caso de Caesar e lutar por aquilo que acreditam como é o caso de todos. Claro que possuem críticas mais severas por parte do tratamento dos humanos aos macacos, pois isto está na presente na nossa realidade, diferentemente do tratamento dos macacos aos humanos no filme original.

Uma coisa que eu reparei foi a evolução que os macacos tiveram ao tomar o ALZ112 e o ALZ113 e as descrições do mesmo (que funcionam mais ou menos da mesma forma, com uma exceção). Antes de tomar a substância, os macacos eram desorganizados, bagunceiros, arruaceiros, como mostra a cena em que Caesar tem seu primeiro contato com a sua espécie. Após tomarem, se organizam e iniciam uma luta pelos seus direitos como mostra a cena em que estão todos em pé, reunidos, antes de começarem a agir. Ou seja, funcionam tal como a substância, apresentando melhorias nas suas ações e capacidades racionais, porém, após atingirem esse estágio, o próximo é a regressão, que seria o estágio em que o humano está, com conflitos internos, obsessão pelo poder, dinheiro, entre outros e o qual os macacos chegariam após a conquista da liberdade vinda da acomodação e convívio, agora com uma sociedade de símios inteligentes, que provavelmente expandirão aquilo que consideram certo e errado e estarão em oposição a outros símios que acreditam em outra coisa, como acontece, com os humanos.

Para concluir, o que fica após a sessão, é um belo filme, muito além daquele mero entretenimento com explosões e gargalhadas. Incomparável ao filme envolvente e cativante que é este "A Origem" do Planeta dos Macacos.


NOTA: 8,0

DIRETOR: Rupert Wyatt

ELENCO: James Franco (Will Rodman), Tom Felton (Dodge Landon), Freida Pinto (Caroline), Andy Serkis (Caesar), Brian Cox (John Landon), John Lithgow (Charles Rodman), David Oyelowo (Steve Jacobs).

FOTOS:





TRAILER:

4 comentários:

Não vou ler agora, pq eu nao vi ainda e pq tem spoiler rsrs. Mas to ansioso. 4 estrelas...entao tbm devo dar 4 estrelas haha

[2] Pro Andinhu. Não vou ler agora, pq n vi o filme... mas quero muito ver.

Abs, e visite-nos!

Victor Ramos

O filme, ao contrário do lançado em 2001, por Tim Burton, é bem mais elucidativo em segmentos que deixavam muito a desejar, sobretudo no lugar comum das "voltas no tempo" em que nunca se sabe quem veio primeiro: O macaco inteligente que deu origem à nova civilização ou as pesquisas feitas na nave em pleno espaço.A cura do mal de Alzheimer, tornando seres irracionais em animais com inteligência extrema, não é novidade. Num trashmovie do final dos anos noventa,cujo título em português foi "Do fundo do mar", uma tríade de tubarões também fez parte de um experimento análogo.
Concordo com sua opinião de que não se trata de um filme para quem deseja ir ao cinema para dar risadas e ver cenas de ação explosiva, mas com toda certeza é um excelente filma até mesmo para quem, não acompanhou os que foram elaborados na década de 60 em diante.
Forte abraço, prezado Guilherme! Virei aqui mais vezes me meter em suas nobres e muito bem feitas postagens.

Uma coisa interessante no filme "O Planeta dos macacos:A origem" é o aparecimento de um jogo matemático que , apesar da dublagem chamar de Torre de Lucas, no Brasil conhecemos como Torre de Hanói. O jogo consiste em transportar circunferências de mesmo centro dos pinos que estão lado a lado, sem que uma circunferência maior fique sobre uma menor. Para o cálculo do número mínimo de vezes que se deve fazer essas movimentações para se alcançar o objetivo, fazemos do seguinte modo:

(2 elevado ao número de circunferências)-1

Note que a Torre com a qual os macacos brincam, seja Caesar ou sua mãe, tem 4 circunferências e o cientista diz abertamente que o número ideal é de 15 movimentações. Não poderia ser de outro modo, pois 2 elevado a 4 é igual a 16, subtraindo-se 1 unidade, encontramos 15.

No mínimo interessante, não?

Saudações tricolores!!!!

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